No velho mosteiro, todos os dias às 18h, os monges se reuniam para entoar o Magnificat, o canto da Virgem Maria. Depois de muitos anos presos naquele lugar frio e já com idade avançada, os monges foram perdendo a voz e quando tentavam entoar o canto, não conseguiam; a música estava no coração daqueles monges, mas já não saía. Foram, então, falar com o Abade, e o mesmo lhes dissera que passando pelo mosteiro da colina, ouviu um jovem monge entoar o cântico como nunca ouvira antes: "Vamos convidá-lo para vir aqui entoar o canto para nós". O jovem monge veio e cantou divinamente, não havia inveja nos corações dos outros monges, eram homens de bem, cujo desejo era agradecer a Deus. Cada um se recolheu satisfeito para sua cela. O Magnificat fora entoado como devia ser. Naquela mesma noite, um caso estranho se deu, o Abade teve uma visão: a cruz ao pé de sua cama tornou-se cintilante, porém entre aquela luz apareceu o rosto de um anjo que disse: "o Deus que ambos adoram enviou-me cá para perguntar se tudo vai bem; por que não se entoou esta noite o Magnificat?". "Não se entoou? Foi entoado de um modo admirável!" O Abade contou que o irmão Tomás veio cantar devido aos monges não terem mais voz, e o anjo disse: "Que todas as noites eram ouvidas aquelas vozes roucas e desentoadas dos monges, mas naquela noite nenhum canto fora ouvido, o jovem monge não cantava para louvar a Deus e sim para engrandecer a si próprio; ele cantava para receber elogios e sua voz nunca passou além do teto. Autor desconhecido |